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Uma pequeno-burguesa, um jovem médico anestesista, um garoto de programa e um general torturador da ditadura militar formam o núcleo central dessa história de amor improvável, que se passa no último ano do século XX e tem pontos de tensão e paroxismo comparados aos do próprio mar, um dos elementos onipresentes da trama.

Augsburgo, 1930. Marie e Paul Melzer enfim conseguiram superar a crise que quase acabou com seu amor. O casamento está mais sólido do que nunca e foi coroado pela chegada do terceiro filho deles, Kurti, agora com 4 anos. Elisabeth, casada pela segunda vez e mãe de três filhos, também deixou para trás os dias de angústia e solidão. Na ausência de Marie, que tem se dedicado integralmente a seu ateliê de moda, ela realizou o antigo desejo de se tornar um pilar na mansão.

No ano de 814, Idade Média, que ficou conhecida como a Idade das Trevas, as mulheres eram impedidas de estudar, podiam ser estupradas e até mortas pelos maridos. O conhecimento estava sufocado, os países hoje conhecidos na Europa não existiam, nem os idiomas modernos. Cada região tinha o seu dialeto e a lingua culta era o latim, herdada do Império Romano, que já havia sido derrubado pelas invasões bárbaras. Foi neste período sombrio que uma mulher passou a maior parte de sua vida vestida de homem, estudou medicina, foi médica do papa e tornou-se ela mesma papisa — durante dois anos.

Nesta história em que Colette mistura sua vida com a da protagonista, uma mulher acaba de se divorciar de um homem que a traía e que roubou os direitos de livros de sucesso que ela havia escrito. Sem dinheiro e rejeitada pela sociedade, ela ganha a vida nos palcos do bas-fond parisiense. É quando um "pretendente" apaixonado lhe oferece amor e luxo, com a condição que ela abandone a carreira de artista, a vida de vagabunda.