Agilidade Executiva Podcast Por Moisés Falcão arte de portada

Agilidade Executiva

Agilidade Executiva

De: Moisés Falcão
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Acerca de esta escucha

Transformar boas ideias em produtos relevantes exige mais do que frameworks prontos ou dashboards cheios de vaidade. No podcast Agilidade Executiva, Moisés Falcão – Product Manager, OKR Champion e especialista em transformação digital – desdobra os temas da newsletter que vem conquistando líderes e profissionais inquietos com o status quo. A cada episódio, reflexões diretas sobre cultura de produto, métricas que importam, estratégias ágeis e os dilemas reais que impactam o dia a dia de quem constrói soluções de valor. Sem firulas. Sem promessas milagrosas. Só o essencial.Moisés Falcão Economía
Episodios
  • Produto vaidoso: quando a métrica vira decoração de dashboard
    May 30 2025

    Tem líder de produto por aí que adora achar bonito o que já tá funcionando em outro lugar. Aquele app da moda, aquela funcionalidade do concorrente, aquela feature que brilhou na conferência de inovação… Tudo vira inspiração. Tudo vira plano. Tudo vira sprint.

    Mas sabe o que não vira?

    KPI > Métrica > Meta > Responsabilidade.

    Porque, convenhamos: muito mais confortável montar um squad pra algo "inovador" do que sentar com os dados e dizer:

    Ah não! Isso exige trabalho chato. Isso exige compromisso com entrega mensurável. E isso dá um medo danado de descobrir que talvez... você esteja errado.

    E aí, o que entra no lugar da clareza? O bom e velho viés de confirmação. Aquele que faz o líder defender com unhas e dentes um projeto baseado no "eu acho", no "no meu último projeto isso funcionou super bem" ou no temível argumento do "a diretoria adorou a ideia”.

    O problema é que esses projetos de produto, quando nascem de achismo, nascem grandes. São cheios de hype. Trazem apresentações apoteóticas no kickoff, com promessas de revolucionar a experiência do usuário e posicionar a empresa na vanguarda do mercado.

    Esses projetos acabam se tornando complexos, com múltiplas regras de exceção, fluxos que precisam ser adaptados para cada segmento de cliente, dependências técnicas cabeludas, validações com compliance, jurídico, atendimento e o escambau.

    O líder, percebendo que o escopo cresceu fora do controle, começa a fragmentar a responsabilidade. "Isso aqui é com o time de engenharia." "Isso é problema do marketing." "Essa parte precisa vir do comercial." E claro, o clássico: "Estamos esperando o jurídico aprovar."

    E quem pode culpá-lo? Projetos apoteóticos criam expectativas apoteóticas. E quanto maior a expectativa, maior o desconforto com o risco de errar.

    Só que o erro, quando bem tratado, não é o vilão da história. O vilão é insistir num caminho errado porque você construiu demais antes de validar qualquer coisa.

    Antes de enfiar meio milhão em desenvolvimento, faz um protótipo. Coloca nas mãos de usuários reais. Observa. Aprende. Refina. Testa de novo.

    Cria um ciclo de pequenos lançamentos com escopo reduzido, mensurável, com hipóteses claras e um plano honesto de análise de resultado sem viés de confirmação.


    1. Alimentam uma cultura onde errar é permitido, porque o erro vira dado e o dado vira direção.
    2. Recompensam quem corrige rápido, porque o foco não está em acertar de primeira, mas em acertar cedo o suficiente para não desperdiçar energia com coisa inútil.


    Resultado: menos frustração, menos vaidade de apresentação, mais aprendizado real e decisões baseadas em comportamento, não em palpite.

    Agilidade Executiva não é correr com uma ideia bonita. É saber dizer “não sei” com coragem, testar com inteligência e aprender de maneira sistemática.

    Então antes de aprovar aquela funcionalidade inspirada no que “bombou” no produto vizinho, pergunta:


    • Quais KPIs estamos querendo mover?
    • Qual a meta realista de impacto?
    • Já testamos isso em algum ambiente controlado?
    • Como sabemos que isso aqui é mesmo prioridade para o negócio?


    Se a resposta for “estamos descobrindo”, “tem tudo pra dar certo” ou, pior ainda, “confia em mim”Alerta de viés de confirmação ativado.

    “Queremos aumentar em 18% o tempo médio de retenção de usuários em 3 meses.”Só que por trás do discurso, o que acontece?É aí que a coisa azedaNa prática, é um jeito polido de dizer: não quero segurar essa batata quente sozinhoUm antídoto? Testes controlados"Uma frase que digo e repito sempre: Tédio e inovação caminham lado a lado."Esses ciclos curtos têm dois superpoderes:

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  • Design com pé no chão: como criar produtos relevantes em ecossistemas com limitações estruturais
    May 28 2025

    Em muitos setores, não basta o produto ser intuitivo, funcional e bonito. Ele também precisa respeitar exigências legais, protocolos obrigatórios e burocracias que ainda não foram digitalizadas. E não adianta espernear. É o que é.

    Vamos aos exemplos.

    Um time desenvolve uma solução incrível para automatizar o protocolo de petições em processos judiciais. A interface é limpa, o fluxo é otimizado, a integração com os CRMs jurídicos funciona como prometido. .

    Mas na hora do envio ao tribunal, ainda existe a necessidade de verificação manual, validação específica por estado e, em alguns casos, envio complementar por e-mail ou presencialmente. Isso é um balde de água fria?

    Talvez. Mas não invalida o produto. Ele ainda economiza horas de trabalho, evita erros e melhora a vida dos advogados e operadores do direito. Ele não acaba com o problema, mas resolve grande parte dele.

    Outro exemplo. Uma iniciativa em saúde pública lança um aplicativo para agendamento de exames. Tudo flui bem. O paciente escolhe o local, recebe lembretes, confirma a presença. Só que, ao chegar na unidade, ainda precisa apresentar documentos físicos e assinar autorizações no balcão.

    Por que não digitalizar isso também? Porque a regulamentação do setor não permite. E aí? Joga o app fora? Claro que não. A solução ainda reduziu faltas, agilizou triagens e melhorou a comunicação com a população. Não é revolução total, mas é progresso.

    É aqui que entra a maturidade de quem trabalha com produto. Entender que nem todo projeto precisa virar capa da Fast Company. E que tudo bem não digitalizar o mundo inteiro de uma vez.

    Existe valor em melhorar o que já existe, mesmo que parcialmente. Existe valor em respeitar o tempo do mercado. E existe, principalmente, valor em não se deixar levar pela empolgação do “vamos reinventar tudo” sem olhar para o que realmente precisa ser feito.

    Quem trabalha com produto precisa aprender a dançar com as restrições. Não para aceitá-las de braços cruzados, mas para driblar com inteligência.

    Muitas vezes, o verdadeiro impacto está naquela melhoria que parece pequena demais para virar case, mas grande o suficiente para reduzir custos, aliviar uma equipe ou encantar silenciosamente quem está do outro lado da tela.

    Inovação de verdade não é só sobre novidade. É sobre relevância. Disrupção pode ser poderosa, mas não é obrigatória. E a melhoria contínua, embora menos glamourosa, é o caminho mais seguro para quem quer construir algo sustentável em todos os sentidos.

    No lugar de mirar apenas no produto perfeito, talvez a pergunta mais honesta seja: o que podemos melhorar hoje para que a experiência de quem usa nossa solução seja mais fluida, mais simples, mais eficiente?

    Porque no fim das contas, o sucesso de um produto não está na quantidade de buzzwords que ele carrega, mas na clareza com que resolve o que se propôs a resolver.

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  • A euforia mata produtos tão rápido quanto o medo - #32
    May 27 2025

    Neste episódio de Agilidade Executiva, Moisés Falcão aborda um dos dilemas mais perigosos para quem trabalha com produtos digitais: como decisões impulsivas – tanto em tempos de fartura quanto de escassez – podem comprometer o futuro de um produto.

    Você vai entender por que o dinheiro, quando guia a estratégia, tende a sabotar o que mais importa: a criação de valor real para o usuário. Falamos sobre métricas que realmente importam, os riscos de decisões tomadas com base em empolgação ou desespero, e a importância de manter a disciplina e a coragem nos momentos críticos.

    Se você trabalha com produto, marketing, ou inovação, este episódio é um convite à reflexão estratégica.

    Ouça agora e descubra por que investir sem critério pode ser tão perigoso quanto cortar sem pensar.

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