Episodios

  • Episódio 11 – Doença ou Objetivo? A Virada de Paradigma na Prática Clínica
    Jul 10 2025

    Neste episódio, discutimos uma virada de chave que transforma a forma como cuidamos: a transição de um modelo focado na doença para um modelo orientado por objetivos de vida. A partir do artigo clássico de James Mold, Gregory Blake e Lorne Becker, publicado em 1991, e ampliado pelas reflexões de Jan De Maeseneer, refletimos sobre como a prática médica pode — e deve — deixar de mirar apenas na ausência de doenças e passar a buscar o que realmente importa para cada paciente. Em vez de “controlar o diabetes”, talvez o objetivo seja conseguir dançar com os netos, caminhar até a feira, dormir bem. Esse episódio também critica o uso rígido da medicina baseada em evidências, lembrando que nenhuma diretriz vale mais que o projeto de vida de quem está na nossa frente. Uma conversa sobre sentido, autonomia e o papel da MFC em construir planos de cuidado centrados no que realmente importa: as metas das pessoas, e não apenas os marcadores clínicos.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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    8 m
  • Episódio 10 – A Base Intelectual da Medicina de Família: A Ciência da Complexidade Humana
    Jul 8 2025

    Neste episódio, a gente mergulha fundo nas raízes intelectuais e acadêmicas da Medicina de Família e Comunidade, em uma reflexão potente sobre o que, de fato, sustenta nossa prática como disciplina médica. A partir do texto clássico que guia essa discussão, desafiamos alguns dos maiores mitos sobre nosso trabalho: não, médicos de família não precisam ser oniscientes, nem nossa prática se resolve fragmentando pessoas em pedaços, como sugere o modelo biomédico tradicional. Pelo contrário — a grande competência da MFC é, justamente, gerenciar a complexidade, abraçar a incerteza, integrar ciência, cuidado, contexto e existência humana. Este episódio discute como a verdadeira tecnologia da nossa prática é, na verdade, a relação, o vínculo e a capacidade de navegar os múltiplos níveis da experiência humana. Uma conversa que provoca, inspira e reafirma: ser médico de família é, antes de tudo, entender que nossa unidade de cuidado não é o órgão, nem a doença — é a pessoa em sua totalidade.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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    7 m
  • Episódio 9 – Resolução de Problemas na Medicina de Família: O Jeito McWhinney de Pensar Clínica
    Jul 3 2025

    Neste episódio, a gente se conecta com a mente brilhante de Ian McWhinney, um dos pais da Medicina de Família, pra refletir sobre algo que atravessa nosso dia a dia no consultório: como tomamos decisões na prática clínica. A partir do artigo clássico “Resolução de Problemas e Tomada de Decisões na Prática Familiar”, publicado em 1979, McWhinney nos provoca a pensar sobre como médicos de família lidam com incertezas, organizam informações, integram experiência clínica, evidências e, principalmente, a singularidade de cada pessoa, seu contexto e sua história. Este episódio é uma verdadeira aula sobre o raciocínio clínico na MFC e sobre como o processo de decisão vai muito além da doença — ele nasce da relação, do território, da escuta e do vínculo. Uma conversa indispensável pra quem quer entender por que ser médico de família é muito mais do que seguir protocolos: é navegar na complexidade da vida real.

    Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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    6 m
  • Episódio 8 – O Estudo de Traralgon: Quando a Comunidade é o Nosso Laboratório
    Jul 1 2025

    Neste episódio, a gente atravessa o mundo pra conhecer um dos estudos mais importantes da história da Medicina de Família: o Estudo de Saúde e Doença de Traralgon, realizado na Austrália por Charles Bridges-Webb, um médico de família rural que, junto de uma enfermeira de cuidados primários, transformou sua comunidade em um verdadeiro laboratório de cuidado, ciência e compreensão sobre saúde. Mais do que números, esse estudo revelou como fatores sociais, ambientais e contextuais moldam a experiência de adoecer e de viver com saúde. É um marco na história da pesquisa em Atenção Primária, mostrando que é possível — e necessário — produzir ciência de dentro da comunidade, olhando pras pessoas em sua totalidade. Uma conversa pra quem acredita que Medicina de Família é, sim, ciência — e das boas.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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    7 m
  • Episódio 7 – A Lei Inversa do Cuidado: Quando quem mais precisa recebe menos
    Jun 26 2025

    Neste episódio, trazemos uma das ideias mais potentes — e dolorosamente atuais — da Medicina de Família e da Saúde Coletiva: a Lei Inversa do Cuidado, formulada por Julian Tudor Hart em um artigo clássico publicado no The Lancet em 1971. A partir desse texto e de reflexões complementares de Andy Haines, discutimos como, em sistemas de saúde, quem mais precisa de cuidado é, frequentemente, quem menos recebe. Um fenômeno que se agrava quando a lógica de mercado invade o cuidado em saúde, aprofundando desigualdades e deixando populações vulneráveis ainda mais desassistidas. Falamos sobre financiamento público, equidade, os limites das abordagens centradas no mercado e a necessidade urgente de repensar modelos que garantam uma distribuição justa dos recursos e dos serviços. Um episódio necessário, que provoca, inquieta e faz a gente lembrar que a luta por equidade é parte indissociável da prática da Medicina de Família e Comunidade.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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    7 m
  • Episódio 6 – Medicina Antecipatória: Quando Prevenir é Parte da Consulta
    Jun 24 2025

    Neste episódio, vamos conversar sobre um conceito que é cara da Medicina de Família e Comunidade: a Medicina Antecipatória. A partir do capítulo escrito por Chris van Weel, exploramos como a prevenção deixa de ser algo separado da prática clínica e passa a fazer parte da própria consulta. Discutimos como, durante o acompanhamento longitudinal, podemos — e devemos — identificar riscos, antecipar problemas e atuar na prevenção de condições como doenças cardiovasculares, câncer e outros agravos. Além de trazer o contexto histórico desse conceito, o episódio aborda como a construção de uma consulta preventiva, estruturada, mas personalizada, fortalece o cuidado contínuo e melhora os desfechos em saúde. Uma reflexão prática e poderosa sobre como transformar cada encontro com nossos pacientes em uma oportunidade de promoção da saúde e prevenção real.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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    6 m
  • Episódio 5 - Relatório Collings
    Jun 23 2025

    No quinto episódio do Consultório no Bolso, seguimos nossa jornada pelos Classic Papers da Medicina de Família e Comunidade. Neste episódio, Chico e Bel conversam sobre um artigo histórico, publicado em 1950 por Joseph S. Collings, que analisou de forma crítica a prática médica geral na Inglaterra daquela época. O relatório, intitulado “General Practice in England Today: A Reconnaissance”, escancarou as deficiências da prática geral, especialmente nas áreas urbanas, consideradas insatisfatórias e até perigosas para a população. A partir desse trabalho, abriu-se um debate intenso que impulsionou mudanças profundas, levando à transformação da prática geral britânica e ao fortalecimento da Medicina de Família como uma disciplina médica estruturada, com identidade própria e organizada em torno de padrões de qualidade e cuidado centrado nas pessoas. Vem com a gente entender por que esse artigo foi tão revolucionário e como ele ainda ressoa na prática da atenção primária nos dias de hoje.


    Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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  • Episódio 4 – Humanismo Médico: Pelos Olhos do Paciente
    Jun 20 2025

    Neste episódio, abrimos espaço para refletir sobre aquilo que é, talvez, o verdadeiro coração da Medicina de Família: a relação médico-paciente. A partir de textos que mesclam relatos pessoais e reflexões literárias — incluindo um ensaio de ninguém menos que Arthur Conan Doyle, sim, o criador de Sherlock Holmes, que também foi médico — mergulhamos nas raízes do humanismo médico. Conversamos sobre empatia, escuta, confiança e o papel central do paciente na prática clínica. Também refletimos sobre como a visão da medicina evoluiu ao longo do tempo e como, em meio a tanta tecnologia, protocolos e guias, é a conexão humana que sustenta de verdade o cuidado. Uma pausa necessária pra lembrar por que escolhemos ser médicos de família.


    Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

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    6 m