Felippe D’Oliveira nasceu em Santa Maria, em 1890, e faleceu em Paris, em 1933. Era jovem, tinha 43 anos, morreu em um acidente de carro. Os organizadores da obra dizem de Felippe que ele “sempre buscou se refazer frente às inovações de seu tempo”. Foi erudito, participante ativo da vida literária da sua época. Foi uma personalidade complexa e um poeta de projeção nacional. Morou anos no RJ do começo do século XX. Então ele experimentou a corrente modernista e viveu o período da Bélle Epóque. Felippe teve uma vida intensa. Nasceu 12 dias depois que o pai foi assassinado por questões políticas. E ele próprio foi engajado em atividades políticas. Com o irmão, João Daudt de Oliveira, trabalhou pela vitória da Aliança Liberal, em 1930, numa tentativa de possibilitar ao RS participar do poder federal. Felippe D’Oliveira foi a pessoa designada para ir a Pernambuco tentar a adesão do governador desse estado à Aliança Liberal. O pai dele era de Pernambuco. Getúlio Vargas era o candidato da AL, que perdeu pra um paulista, Julio Prestes. Só que teve a Revolução de 30 e Getúlio acabou presidente. Essa revolução foi um movimento armado, um golpe de Estado, que impediu o presidente eleito de tomar posse. Quando Vargas assumiu, em novembro de 1930, foi o fim da República Velha. Vargas impôs um governo provisório e com isso membros da AL ficam contra, inclusive Felippe, que assumiu a liderança do movimento revolucionário no RJ contra o Estado provisório imposto por Vargas. Assim, o poeta foi condenado à prisão ou ao exílio, e passou a ser procurado pela polícia federal de Vargas. A última carta de Felippe pro Brasil foi em 31 de dezembro de 1932, e o acidente em que ele perderia a vida aconteceu no fevereiro seguinte. Então Felippe D’Oliveira morreu exilado. Eu comentei esse pedacinho da História política do Brasil pra mostrar como o poeta, que nasceu aqui no interior do RS, teve envolvimento na política nacional, além da sua poesia também ter tido expressividade nacional. Isso já seria muito pra uma vida, mas Felippe ainda foi um empresário bem sucedido, no ramo farmacêutico/laboratorial, que era a área de trabalho do tio, que assumiu a função de pai na criação dele. E também se destacou na publicidade da empresa da família, como editor e como atleta, tendo participado na idealização da primeira piscina olímpica do Brasil!